PBEM - IODP


Paleocenografia da Margem Equatorial Brasileira

Resumo

As regiões tropicais são uma importante fonte de calor para médias e altas latitudes. O sistema Oceano Atlântico-Atmosfera é muito particular, já que é o único sistema que atualmente transporta calor através do equador. Portanto, para realizar reconstruções climáticas globais precisas em modelos climáticos de grande escala, é essencial compreender a sensibilidade dos climas atlânticos no passado geológico e implementá-la em modelos numéricos.

Isso, no entanto, foi dificultado na maior parte do Cenozóico devido à falta de registros de sedimentos de baixa latitude suficientes. Aqui, propomos investigar as mudanças paleoceanográficas do Cenozóico impulsionadas por forçantes de longo e curto prazo das condições de estufa do Eoceno para as casas de gelo do Quaternário, por meio da reconstrução de processos atmosféricos, oceanográficos e biológicos.

A Margem Equatorial Brasileira (BEM) é uma margem continental passiva e estável que se desenvolveu após a abertura do Cretáceo Médio do Oceano Atlântico central. Um aspecto peculiar dessa margem é que ela permaneceu tectonicamente “passiva” e aproximadamente na mesma latitude equatorial desde sua formação e, consequentemente, manteve continuamente um ambiente intertropical oligotrófico. Este projeto aproveita esses atributos únicos para obter dados sedimentológicos, paleoclimáticos e paleoceanográficos de alta qualidade para o Cenozóico.

Serão feitas perfurações transectos através do BEM da parte superior da encosta continental até a planície abissal perto de Fortaleza (Bacias do Ceará e Potiguar). A continuidade estratigráfica esperada ao longo desses transectos permitirá um estudo detalhado da relação entre pCO2, mudanças climáticas e restrições eustáticas existentes ao longo do Cenozóico, fornecendo os parâmetros fundamentais para o cálculo da sensibilidade climática. Este registro estratigráfico definirá a resposta climática de baixa latitude aos principais eventos climáticos Cenozóicos, como o EECO, MECO, EOT, OMT, MCO e iNHG.

Em particular, esses locais foram escolhidos para estabelecer um marco para reconstruções de clima tropical de alta resolução Eoceno-Mio / Plioceno, que fornecerá os seguintes resultados: 1) quantificar a relação entre clima tropical (temperatura), pCO 2 atmosférico e eustasia; 2) evolução da Circulação de Virada Meridional do Atlântico impulsionada por forçantes mais longas (tectônicas) e mais curtas (Milankovitch).

Pesquisadores

  • Luigi Jovane (IO-USP)
  • Aristoteles de Moraes Rios Netto (UFRJ)
  • Gerson Fauth (UNISINOS)
  • Fabrizio Frontalini (Univ. of Urbino, Itália)
  • Aradhna Tripati (Univ. of Los Angeles, EUA)
  • Tom Dunkley-Jones (Univ. of Birmingham, Reino Unido)
  • Babette Hoogakker (Heriot Watt Univ, Reino Unido)
  • Werner Piller (Univ. of Graz, Austria)
  • Ronaldo Carrion (POLI-USP)
  • Gavin Foster (Univ. of Southampton, Reino Unido)
  • Katharina Billups (Univ. Delaware, EUA)
  • Martino Giorgioni (UnB)
  • Fabio Florindo (INGV, Itália)
  • Cedric John (Imperial College, Reino Unido)
  • Gareth Roberts (Imperial College, Reino Unido)
  • Jorge Figueiredo (UFRJ)
  • Peter Vroijk (IODP, EUA)
  • Daniel P V Alves (IO-USP)
  • David Iacopini (Univ. Napoli, Itália)
  • Appy Sluijs (Utrecht University, Holanda)



Financiamento e apoio